A cave da Barata tinha um gostinho especial. As horas que eu lá passei ficam para sempre guardadas. Havia a papelaria com o coelho gigante, que o meu namorado da altura, um amor, foi sondar o preço e ficou por isso mesmo, pelo amor.
Lá em cima almoçávamos quando tu me vinhas buscar a casa para o efeito. Lá no meio tive encontros imediatos que me deixaram, literalmente, sem pinta de sangue.
Adaptei-me depressa, mas as minhas capitais preferidas foram a de Paris e a de Madrid. Ah, tão diferentes mas tão iguais, com as suas lojinhas escondidas, tesouros por descobrir, e que eu ainda vou visitar quando me é imperativo estar sozinha. O que eu gostava de me perder e andar sem destino, para a maior parte das vezes ir dar à estátua do sr da bicicleta.
Fui, e sou, muito feliz naquele cantinho do mundo. Fui porque o vivi, sou nas minhas memórias.
Obrigado por me teres deixado ir para lá.