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Está a desaparecer, dia a dia, hora a hora. Está a desaparecer e só eu sei o que me custa não poder fazer absolutamente nada. Ouve-se os gritos, contempla-se ao que se pode reduzir a existência humana. Entramos em pânico quando nos telefonam de casa ou a horas parvas para o fixo, temos medo de sair e acontecer alguma coisa, sabe-se de cor o horário dos expressos, e as horas a que chegam, e se param em Almada, Évora ou Setúbal, e em casos mais extremos que a portagem até quase à porta de casa são 12.10€. Não temos vontade de nada, apenas aguardamos que a morte venha.
Que não me peçam para sair. Já me chega representar 12 horas por dia. O que mais custa é representar para quem não devia ser público.

Minha amiga, cramou, acabou

Dizia uma vendedora de flores em entrevista à Rtp, que o negócio (ela vende à porta do cemitério da Ajuda) vai mal, porque minha amiga, com as cramações, cramou, acabou. Ou seja, a pessoa quando é queimadinha que nem incenso já não tem direito a mais homenagens, a mais salamaleques. Mas quando está numa campa normal, sim. Há a campa ou jazigo, há a lápide, há as visitas todos os meses quando se sente a falta, ou só pelos aniversários e pelo dia de fiéis defuntos, quando se tem menos tempo. Há aquela competição cega sobre quem tem as campas melhor arranjadas, e limpinhas, e há a indignação após um temporal ou um assalto a cemitério (maganos, roubaram as flores do meu Quimbé, não há desgraça que não lhe aconteça nem depois de morto!). Enfim, um mundo de perpetuação da memória do defunto. Mas a cremação até é porreirinha, porque é mais higiénica e tal, e acaba com o panorama deprimente que são as campas abandonadas. Às vezes apenas a terra com uma plaquinha com o número. Que até serve de elevação para o pessoal que vai a funerais ver melhor o enterro. Acho delicioso ouvir gente dizer que dá azar pisar campas, cruzes credo, Deus nosso Senhor nos livre, mas que os montes de terra, como estão ao abandono, são terras de ninguém. Queiram elas ter familiares fofinhos que lhes façam campa e levem flores. Ou então que cremem. Porque cremou, acabou.



(Acho.)

Olá Squall, mais conhecido por ursokoala, tudo pegado, vai-se lá saber porquê. Uma cenoura pra ti.

Convocatória 3

Cá agora:

Eu que sou uma vítima (também conhecida por chinesinha, lá no banco, que é caixa, por trabalhar muitas horas e ser mal paga, lol) explorada deste nosso mercado laboral, tenho que trabalhar sábado que vem. Estão-me a ver a entrar às 8 da manhã depois de ter dormido 2 horas, tendo em conta que o bairro agora fecha às 3, a trocar as hipotecas pelas conversões e relarórios de avaliação, a data de inscrição matricial pelo número da conservatória, as áreas da garagem pelas das varandas, o pvt em euros por escudos? Nah! Mim pedir então encarecidamente que adiem por um diazinho. Eu depois vou em Setembro. Eu vou a todas, senhores. Desde que me deixem dormir =P.

Quatro em três






Sendo que concordo com os críticos que falam em flop para o do Depp e Bale, e etc, safa-se a Diana Krall, e o conteúdo senhores.
Sendo que houve um que me surpreendeu agradavelmente pela positiva (muito austeneriano, mas mostra o que queriamos ver, digo eu).
Sendo que deles já se esperava isto. Recomenda-se em 3d, a tradução tá bem feita. Escolham horário sem putos.
E vivam as vossas próprias aventuras.

Dói


Senhoras e senhores, bem vindos ao mercado de trabalho.
Eis 2 semanas passadas desde que ingressei na bela instituição que é a CGD, devido a um hacker fofinho e simpático que decidiu lixar o sistema e alegrar a existência de uns quantos juristas desempregados. Digamos que sou a mais novinha da minha sala, e a única que não participou activamente de uma conversa sobre "vampirinhos fofinhos" do Crepúsculo. Digamos que me divirto a desligar a tecla num lock e a ver o ar desesperado de gajas aos berros que o teclado não funciona, e depois sou mágica porque o faço teclar outra vez. Digamos que a parte mais fixe do meu dia é quando chego as 8 da manhã e estou sozinha, quando vou à casa de banho e quando estou sozinha na fila da cantina. Digamos que eles até já sabem quem é o ser que diz bora lá, há que desinfectar as patinhas, que fala com as hipotecas, que berra pela conversão, que diz bom dia ou boa tarde, pede desculpa e muito obrigado, que amua e de vez em quando está com trombas acentuadas. Digamos que esperam por mim, que me convidam para jantares, cafés, almoços e conversas, mas que dou por mim e a sentir saudades dela de manhã ao café a maldizer comboios que pegam fogo, saudades dele para ter conversas que não estupidificam o cérebro e para me deixar animada com o pessimismo habitual, saudades dela para teimar, saudades dele para me virar para o lado e o acordar ou partilhar um sudoku, saudades dela para fumar e maldizer machos. Saudades de outras criaturinhas e criaturinhos, tantas que dói, e quase que corro para aqueles wcs bonitos, com mármore, sensores de movimento (lol) e música clássica para chorar, porque nunca pensei sentir tanta falta deles, e tinha-me esquecido como são fúteis e más as pessoas. Eu não gosto de novelas, gosto de ser pontual, irrita-me que me apaguem as contas no excel quando as tou passar para o papel, não gosto de falar sobre meios contraceptivos todos os dias ao almoço, sobre bodas, não acho bem que num segundo estejam a dar graxa a uma pessoa e no segundo a seguir estejam feiamente a dizer mal dela, não gosto que me chamem a atenção por erros que cometa quando me ensinaram a fazer assim (odeio relatórios de avaliação, brr). Passaram duas semanas e já me dói quando estou lá. E procuro a solidão. E represento tãao bem. 11 horas por dia. Mas há coisas piores, e sempre me rio quando me aparecem análises de urina agrafadas a processos de hipoteca, ou quando me aparece um processo de um assistente da faculdade (coitadinho, está-se a divorciar) e sei que o sr aufere 4000€ por mês (besta), ou quando uma vivenda (moradia unifamiliar/fracção autónoma em regime de propriedade horizontal) está mal situada porque "há muitos traficantes a traficar nas imediações".
E pronto, se para a semana virem alguma notícia sobre um homicídio na CGD, fui eu que espetei a tesoura ou o tira-agrafos na minha colega do lado, que ganhou o prémio de ser que mais irrita aqui este ser (epah, não imaginam. Mas merece outro post).

Chantagem

"Uma semana sem falar contigo? Perco o rendimento no trabalho!"

A gerência saúda o pessoal amigo fofinho que resolveu veranear para a zona de origem deste blog. Infelizmente estou a ser explorada e não posso dar o apoio desejado.
Para quem pode, boas férias =)

Tenho um problema. Com escolhas. Passa-se que há uma grande decisão a tomar na minha existência, e há precipitação (não, não é chuvosa). De vez em quando acontece. E nem sempre ganham os melhores motivos. Até agora, no hard feelings. Quer dizer, de vez em quando há um questionar. E um auto-ofender. Especialmente quando se metem outros ao barulho. Mas agora é que vão ser elas. Há que pensar, há que decidir.
É tipo.
O primeiro dia do resto das nossas vidas.

O que fazer desta existência?

Eu tentei. A sério que tentei. Não colocar os olhinhos numa série que para aí anda denominada de "Liberdade 21". Ora hoje isto foi ali parar. Desde que ah e tal, estive a analisar o 202º do C.C. e acho que podemos alegar que os animais são vistos como coisas pelo ordenamento português,ou, se continuas a trazer a guitarra para o estágio vais mas é tocar para o metro a ver quanto ganhas. E desde quando é que uma aluna de letras tem dinheirinho e tempo e paciência para contratar um advogado só porque o senhorio entra no quarto dela e quer saber da sua vida pessoal? Hum. Parece-me que de vida real isto tem muito pouco. E os close-ups às patinhas das pessoas? Um must.E dizia eu mal da tvi.

Senhores, isto vai mal.

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