My zon card; ou a aplicação prática do Direito da Concorrência; ou reminiscências de uma frequência sobre a qual não quero falar
Posted by Senayuri at 22:16A Zon, ciente das dificuldades que o ano de 2009 lhe irá trazer (pudera, a tratar os clientes como trata), e da concorrência perigosa que se avizinhava da parte do Meo, resolveu presentear os seus clientes especiais (leia-se, que são há mais de um ano) com o My Zon Card, um cartão que supostamente permitiria ir ao cinema à borla. Quem lesse as condições que acompanhavam o cartão, iria ficar a perceber que tal daria muito trabalho. Seria só em alguns cinemas, da Lusomundo, só o titular do cartão que teria que mostrar sempre o b.i. poderia comprar e entrar, não podia exceder a quota de 50% de seres na mesma sala a ver à borla, and so on.
Os bilhetes adquiridos com o cartão eram pintados com um marcador, para depois à porta se reproceder à identificação do ser.
Ora, tudo isto é muito giro. Esquecem-se que normalmente quem vai ao cinema são os putos e quem paga as contas são os pais. Aliás, só um dos progenitores. O que gerou uma série de dramas nas bilheteiras. Eu nem tentei, apesar de ter um cartão em nome da minha avó de quase 90 anos. Giro foi ver pessoas a tentar comprar bilhete com o b.i. do pai, e quando recusado berrar: é injusto, só há um contrato por casa, só pode haver um cartão, o meu pai não vai ao cinema e agora só me deu dinheiro prás pipocas! E também houve aquelas mais espertinhas que mandaram o pai comprar e que depois se lixaram à grande na entrada. Ah, fora as demoras a entrar. Sim, porque estar a identificar o pessoal que adquiriu com o My Zon, a ver cartão e b.i., não é fácil. O que me fez jurar tão depressa não meter as patas num Lusomundo (eu que já não gostava muito).
Mas pronto, parece que o sr Medeia se queixou, com ou sem razão não interessa. Eu acho que com. A Autoridade também não brinca em serviço. E acho que fez bem em suspender.
Agora, os argumentos nojentos que há para aí na blogosfera e não só, de que o sr Medeia é mauuuu, acabou com a oportunidade de, nestes tempos de crises as famílias poderem poupar na ida ao cinema (mentira, poupavam uma ova, aposto que o titular nem quereria ir), nunca mais ponho as patas numa sala dele para ver um filme francês;todos estes argumentos monstram bem a mesquinhez do ser português.
Vivam os cartéis!