Todos vocês, caros webmates, conhecem o meu problema com os vizinhos, nomeadamente, com os de cima. Ele é aspirar às duas da manhã, ele é arrastar móveis all night long, ele é berros, ele é o cão, ele é deixar cair objectos pesados de repente que quase nos param a respiração, ele é estender roupa de forma a nos tapar completamente a janela, etc etc etc. Basicamente queixo-me por não conseguir dormir, nem estudar, nem ser respeitada. Ultimamente também me queixo por as bestas dos netos deixarem bocados de pão no MEU tapete. E de descofiar que limpam lá os cascos antes de subir (a cadela tenho a certeza que limpa).
Adiante. Arranjaram-se tampões que dão para dormir, os fantásticos phones WESC dão para alhear do mundo cruel, e com o resto aprendemos a viver, umas vezes melhores que as outras.
Há bocado, estava eu a chegar a casa, e vejo o vizinho de cima a chegar. Com sacos do Pingo Doce. Toca à porta, pousa os sacos no chão (impedindo a passagem) e começa a vasculhar os bolsos. Eu, educadamente, como a minha avó me ensinou, digo boa tarde, e tento mostrar que já tenho a chave em riste. Ah, tá aberta, responde o ser. QUE EXALAVA UM NAUSEABUNDO CHEIRO A VINHO. Hum, tá aberta, pensei eu, e que tal o sr subir? Nada. Enfim, tomo a iniciativa e sr resolve vir atrás de mim. Quer ajuda, pergunto eu, ao mesmo tempo que me autoflagelava interiormente, do género, és mesmo camela, a ajudares o gajo que só te ajuda nas insónias. Bem, sr não respondeu. Sr fica parado na porta enquanto eu a seguro. Eu desisto de segurar e começo a subir, enquanto ele grunhe a porta é para tar aberta. Whatever, quero lá saber, ala para casa que o sr tem ar de psicopata e trazia ainda uma corda na mão. Chego a casa, reparo que sr tava à espera de outro, que tem ar que veio da Cova da Moura (atenção, sr de cima tem p aí 70 anos, este teria 30, no máximo dos máximos), e resolvem parar os 2 à minha porta gritando f******, tou farto desta m****, e etc etc. Ok, não percebi, mas compreendi que seres desta envergadura não devem querer saber se uma pobre estudante de Direito dorme ou não de noite derivado do seu comportamento menos próprio. E agora resta calar-mee aguentar ou arranjar amigos no Bairro do Fim do Mundo que me venham defender. Yo.