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Fomos, eu e tu, por capricho, porque sim, porque já era tempo. Deixaram-nos, e lá fomos. Houve broncas, mas eu não desanimei com pequenos contratempos: o que é ser esquecida às 22.30h e ir atrás do meio de transporte; o que é fazer a pior viagem de sempre, não sei quantas horas sem dormir; o que é chegar lá e ter que lavar roupinha à mão, o leitinho com chocolate que necessitava de refrigeração constante entornado pela roupinha toda que a mamã tinha preparado ao menino (isso e mais um creme); o que foi o calor abrasador e a cãimbra ao entrar pelo mediterrâneo adentro, valeu-me o senhor catalão, e as dores que tive a semana inteira (sei agora que foi por ter estado tantas horinhas sentadas).
Fomos, e não sei se foi do calor, se dos contratempos, da minha obstinação, se de estar longe de casa, ali, sozinha e contigo, e afinal quem eras tu, e de repente vi-me cheia de dores na casa-de-banho de um restaurante todo fino nas Ramblas, que não sabia o que eram tapas, e tu ali na mesa à minha frente, e eu de repente não queria estar ali, queria mas não queria, talvez com outras pessoas, e lembrei-me dele e das promessas por cumprir, e queria tanto, mas tanto ter ido ali com ele, e de repente as lágrimas a caírem-me para o esparquete, e eu só olhava para o prato e para a janela, lá fora as pessoas passavam naquele vai-vem que é as Ramblas, e soluçava de repente, e o choro já não parava, e engolia lágrimas e limpava ao guardanapo, meu deus se os empregados chatinhos de fato reparam, e tu ali à minha frente continuaste como se nada fosse, e assim se passou.
Atritos à parte, uma noite saímos e estávamos no Passeo de Garcia, a casa Batló ali iluminada, tão tudo, e eu a ver os autocarros a passar, e os carros, e a vida era aquilo.
O futuro foi aquele, podia ter durado 3 meses, 2 anos, 10, o resto das nossas existências.
Durou o que durou - durará o que durará.
Olho para as fotos, e tu já nao és tu, e eu já não sou eu.


But, we'll always have Barcelona.

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