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Carta ao coelhinho branco

No princípio eram as cenouras. Depois vieram os rabanetes. Finalmente os nabos. E é de nabos que te venho hoje falar. De nabos e nabiças. O Tobias resolveu abandonar a toca. Paz à sua alma, durou mais do que a aproximação de algumas pessoas, que supostamente seria para sempre. Adiante.
Hoje no Antro fui vítima. Mais um bocadinho. Até o suplício acabar. Um 9,5 não é um 9 nem um 10. Está no limbo. É giro. Ter notas destas. Melhor só 9,9. Mas há vítimas piores. A do antro em frente. Foi vilmente vilipendiada. Coitada. Deve ser de família. E a culpa é da coisa das notícias. E ainda dizem que os primeiros não são os últimos. Pfffff...
E há a família. Coelho, diz-me, o que é a família? Poderemos escolher a família? Eu acho que sim.
Por falar em família, vi que foram adoptados uns primos teus. Um porco e um gato. Ena.
Estou ligeiramente deprimida coelho. Farta da minha existência humana. Era tão mais fácil ser um animalzinho. Ou não. Por mim enrolava-me na toca e hibernava até à próxima Primavera. Podia ser que as coisas melhorassem. Ou piorassem.

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