Pois é, isto tá muito paradinhoPodia escrever sobre o facto de ser a maior otária da sociedade, uma vez que continuo a entregar às autoridades devidas artefactos valiosos encontrados no chão, enquanto que os meus ficam na alegre posse de quem os ocupou.
Ou então sobre a alegria de fazer crescer sementes vindas de um mosteiro longíquo nos confins duma serra,mas nah, muito new age.
Ou sobre o facto de TODOS os funcionários do Museu Nacional dos Coches virem de um centro de reinserção social, e de como é uma vergonha o museu mais visitado do país ter funcionários que se portam pior que os meus colegas da 3ª classe na Xira Infantil.
Ou sobre o facto desses mesmos funcionários não cobrarem entradas arbitrariamente.
Ou sobre o facto de que tudo recomeçou, quiçá pela última vez, e que para o ano me aguarda o fascinante mundo de passar códigos de barras por um leitor de infra-vermelhos. Para o ano é que é, responsabilidadesinhas a sério, depressões a sério, venha o Prozac, que isto de ficar deprimida por me erguer as 6.50, apanhar um comboio cheio de gente otária, gramar um metro enlatado, desesperar por um mísero café e mergulhar no antro de simpatia e boa disposição que é a minha subturma, não dá com ninguém. Mas sejamos sinceros, lá calor humano não lhe falta.
Sabem, eu até sou uma mocinha com certos e determinados interesses que julgo serem interessantes para o público em geral, passo a redundância. Até gosto de ler livros decentes, ouvir música variada e desconhecida, até estou a par do panorama cinematográfico e tal. Só que não tem havido disposição. Rien de rien.
A bem da verdade,nunca a houve, desde o início disto.