Vento+ um ser tradicional desprevenido+ uma info-excluída desgraçada = muita gente a apanhar folhas manuscritas na cidade universitária; eu a rir tanto que fiquei sem reacção decente.
Tenho para mim que a culpa foi das botas. Miauuuu
Será assim:
http://www.presidencia.pt/multimedia/osdiasdopresidente/
Mas na parte da Simone, temos Metallica, Muse... Ou o que decentemente se mantiver até lá.
Para onde vai a memória das pessoas que morrem?
É mentira dizer que perdura nos que cá ficaram.
Não.
Porque há todo um mundo que só ela sabia. Ninguém a conheceu verdadeiramente bem. Nem ela.
O desperdício de cérebros. De experiências e saber que fica lá para sempre encerrado, perdido. Como um disco rígido que ardeu. Um arquivo que emperrou.
Tantas coisas por contar. Tantas experiências por partilhar. Tantos livros por serem escritos. Conta-me as tuas músicas preferidas, o que sentiste quando foste a esta rua pela primeira vez, o que querias ser quando eras pequeno, o que afinal nunca arranjaste tempo para fazer. Pensaste sempre que tinhas o amanhã, mas esse amanhã pregou-nos uma partida.
Tudo o que sou hoje devo-o a ti, e contudo penso que seria uma pessoa tão melhor quanto mais tempo tivesses cá ficado. Deixaste-me demasiado cedo.
Mas obrigada pelos livros, pelos discos, pelos albuns de fotografia, pelos escritos que deixaste.
Fazes-me falta. Tanta
A Aspirina patrocina a nova novela da TVI.
Por que será?
Todos os dias saio de casa pela mesma hora. Nunca antes das 7.30, nunca depois das 7.34, senão corro o risco de dizer adeus ao comboio.
Todos os dias vou apanhando pelo caminho as mesmas pessoas. Quase que nos podíamos cumprimentar,tal é o nosso entendimento.
Na rua que vai dar à estação, há árvores dos dois lados. As copas tocam-se lá em cima e o chão tem um tapete de folhas. É de sentido único, e ninguém vai pelos passeios porque geralmente estes tão ocupados por carros.
Duas casa, lá para o meio. Em cada uma habita uma velhinha. Sempre à janela, a verem quem passa, a falarem uma com a outra.
Hoje:
"-Ena, tanta gente apressada. Hoje vêm atrasados. Já não chegam a tempo.
-Chegam, pois.
-Chegam? Então que horas são?
-7.46.
-Ainda têm 2 minutos, pode ser que dê, força."
Pensavam que era outro post a mandar vir com condutores que não cumprem? =P
O tema do Blog Action Day deste ano é a pobreza.
Um tema bem escolhido, uma vez que cada dia cada vez mais empresas declaram falência, e milhares de pessoas ficam desempregadas. Famílias inteiras por vezes.
Mas isso já todos nós sabemos. Todos nós sabemos o que é o terceiro mundo. Todos nós sabemos o que é passar por gente a pedir na rua. Todos nos cruzamos, nos transportes públicos, com gente a pedir. Muitos de nós conhecem alguém que ficou desempregado, de um momento para o outro, e agora não consegue pagar as dívidas. Tudo o que construiu até ali não vão passar de meros resquícios de sonhos futuros.
Em Madrid,todos os dias, na praça Cibelles, passava por um sr que, já de manhã cedo, lá estava, de joelhos, cabeça baixa e mão estendida, com um cartaz que dizia que era padeiro e não conseguia arranjar emprego depois de ter sido despedido. Ele não pedia dinheiro, pedia principalmente emprego e algo para comer.
Uma amiga minha contou-me (e eu acreditei nela) que uma vez, no metro do Saldanha, muitas pessoas a sair, e um sem-abrigo, à saída. Que também pedia dinheiro. Alguém apressado lhe dá um encontrão, o que fez o sr cair. Prontamente foi ajudado, mas nisto, uma hospedeira da Tap (ia fardada) que também ia na levada de gente, exclama "Paizinho!". Parou tudo a ver (tipo, novela da tvi ao vivo). Resumindo: a sra há muito tempo que não vinha a Lisboa, tinha perdido contacto com o pai, que tinha saído de casa após divórcio, enquanto que o sr ficou tão deprimido com a mudança de vida que deixou de conseguir trabalhar, perdeu casa, amigos,tudo. A filha levou o pai para casa.
Todos nós estamos sujeitos a que isso nos aconteça. Mas também sabemos que não é viável ajudar todos os que nos estendem a mão no caminho. Contudo, há ONGs que prosseguem um importante trabalho, e para além de as louvarmos, podemos sempre colaborar com elas. Exemplos são a KIVA e o Banco Alimentar Contra a Fome.
Infelizmente haverá sempre pobreza, mas com pequenos gestos é possível minorar os danos.
Estava eu hoje quase a chegar a casa, carregadíssima e a rezar para que o saco do pingo doce não rebentasse com o peso, quando me aconteceu algo que me fez ficar extremamente irritada e capaz de actos de vandalismo atroz.
Tinha iniciado a travessia da rua que vai dar à praceta onde moro, rua essa que dá à vontade para circularem 2 carros em sentidos inversos, e estando estacionados outros em segunda fila. Rua larga portanto. E estava eu a atravessar numa passadeira. Passadeira essa que está ali desde que me lembro. Passadeira essa muito bem sinalizada. O problema da passadeira é que é capaz de ficar a 5m de um cruzamento. Bem, eu estava quase a chegar ao fim da travessia,o braço dormente do peso, e a andar relativamente depressa, quando vejo um carro vindo do cruzamento numa velocidade pouco recomendável ter que travar de repente e já quase em cima de mim. Eu olho para me certificar que o carro tinha parado, até porque ele podia perfeitamente passar pela faixa da esquerda para se desviar, uma vez que a rua estava deserta, mas sem sequer abrandar o passo. E nisto a besta buzina-me. A BESTA parada buzina-me. Eu paro, volto para trás e olho e ele faz um ar nojento, ri-se e buzina outra vez e faz o gesto com o casco de desculpa e aponta para dois putos nojentos, sem cadeira nem cinto, que iam a frente e atrás no carro. Eu berro à besta que isto é uma passadeira, não tem nada que buzinar. E ele faz o gesto outra vez, enquanto mantém o sorrisinho nojento, os putos se riem e ele torna a apontar para o puto de trás. Não percebi se ele estava a dizer que buzinou porque o puto nojento se tinha, perdoem a expressão, borrado nas calças, se os putos pediram para buzinar, ou se estavam com pressa para ver o noddy, whatever. Eu continuo a andar, já no passeio, quando vejo o gajo a ultrapassar-me, sempre a olhar para mim, e depois a fazer inversão de marcha. Depois pára o carro e fica a olhar para mim, com o mesmo esgar nojento. Ora, se a criatura habita ali, o problema resolve-se bem com uma chave, uns risquinhos na pintura metalizada nunca fizeram mal a ninguém. Pode ser que isto amanhã já me tenha passado, mas ainda estou a tremer com a fúria e não gostei anda do risinho do gajo, e odeio, mas odeio mesmo, que me buzinem numa passadeira quando eu já estou a atravessar e a andar depressa.
Os Gato Fedorento ofenderam gravemente o PR. Ok, não o injuriaram directamente. Mas se fosse eu ter-me-ia sentido ofendida. Logo, será que aquele artigo do Código de Processo Penal, que não possuo, postulará situações como esta? Veremos o MP em acção? Ou é só um artigo para encher códigos? Hum.
Por falar em Códigos de Processo Penal. A crise é tanta que hoje eramos 5 numa fnac, todos em busca dele. Cada um que chegava ficava a olhar com desalento. Depois vinha o par e dizia, então, aqui também não há? Mas tá aqui um. E depois levava o berro este-é-de-penal-e-eu-quero-de-processo-penal-não-percebes-nada-disto.
E que tal fazerem mais uns, hum?
1. Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas.
2. Não invocar o Seu santo nome em vão.
3. Guardar os domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores).
5. Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
6. Não pecar contra a castidade (em palavras ou em obras).
7. Não furtar (nem injustamente reter ou danificar os bens do próximo).
8. Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar o próximo)
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.
1. Coisas, atenção. Toda a realidade figurativamente delimitada a que o Direito atribui um estatuto historicamente determinado para os seres inanimados. Ou seja, amar Deus acima do plasma, mas não acima do Hitler.
2. Não, credo, santíssimo nome de Deus!
3. Guardo-os no frigorífico, na prateleira debaixo do congelador. Acham que ficam lá mais resguardadinhos.
4. Eu honro o Fauto Quadros, que é meu legítimo superior. (pera lá, "legítimo"? isso implica averiguar a legitimidade...mau...tão e aquilo de que se uma ordem for crime, bláblá, não cumprir? não tamos a honrar o legítimo...Inferno connosco).
5. Dano. Na alma. Ui, tanta gente que vai para o Inferno só de eu olhar para elas no metro.
6. Em obras. Hum. Hum. Vamos lá a ver, castidade
do Lat. castitate
s. f.,
qualidade do que é casto;
virtude da pureza.
casto
do Lat. castu
adj.,
que tem castidade;
puro;
cândido;
inocente;
lídimo;
isento;
sem mácula;
intacto.
Ou seja, os srs pintores renascentistas, e não só, atentaram contra a castidade de vários milhares de pessoas ou longo dos séculos. Porém, tiveram honras de Igrejas. Hum, algo não faz sentido.
7. TOMA TOMA, SRS QUE SE APODERARAM DA MINHA MÁQUINA. VÃO PRÓ INFERNO. QUE MEDO. UHHHHH. E o Antro também vai pró inferno, que anda a reter os meus bens injustificadamente.
8. ERA ESTE QUE ME FALTAVA, PAH! O meu preferido. Ora, os testemunhos verdadeiros já são pesados, quanto mais os falsos! Além disso, vai contra muitas regras do direito civil, penal e processual. Positivismo acima de tudo!
9. Porém, homem já podem desejar. E criancinhas do próximo também. Mas relaxem, é só do próximo.Proximidade é um critério indeterminado, mas convenhamos, há limites.
10. Primeiro, não me posso apoderar delas. E agora não posso cobiçá-las. Não sei porquê, vai um bocado contra a lógica de mercado. Eu tou sempre a cobiçar muitas coisinhas da Fnac. Pronto, vou pró Inferno.
E a sorte é que já não há Limbo
"'That's the way it's done,' the Queen said with great decision: 'nobody can do two things at once, you know. Let's consider your age to begin with--how old are you?'
'I'm seven and a half exactly.'
'You needn't say "exactually,"' the Queen remarked: 'I can believe it without that. Now I'll give YOU something to believe. I'm just one hundred and one, five months and a day.'
'I can't believe THAT!' said Alice.
'Can't you?' the Queen said in a pitying tone. 'Try again: draw a long breath, and shut your eyes.'
Alice laughed. 'There's no use trying,' she said: 'one CAN'T believe impossible things.'
'I daresay you haven't had much practice,' said the Queen. 'When I was your age, I always did it for half-an-hour a day. Why, sometimes I've believed as many as six impossible things before breakfast. There goes the shawl again!'"
Bem, sempre me interroguei como será possível acontecerem 6 coisas impossíveis antes do pequeno almoço, se é praticamente das primeiras coisas que fazemos quando começa o dia. A menos que:
. O despertador não toque Digam o que disserem, eles tocam sempre, podemos é não ouvi-los
. Nos viremos para o lado e demos de caras com o Brad Pitt Querias, não era?
.A alacatifa tenha mudado de côr
.Todas as aulas apareçam miraculosamente passadas a limpo
.Constatemos que estamos de facto bem-dispostos, porque dormimos bem, sem qualquer interrupção aspiradora
.Apercebemo-nos que os últimos 5 anos não passaram de uma vil mentira, e que jamais os meus membros inferiores atravessaram as portas automáticas do Antro, e que eu fui para arqueologia, ou melhor, engenharia informática, recebi Bolonha de membros superiores abertos e agora sou uma profissional inserida convenientemnete no mercado de trabalho.
Ahah
Pois é, isto tá muito paradinhoPodia escrever sobre o facto de ser a maior otária da sociedade, uma vez que continuo a entregar às autoridades devidas artefactos valiosos encontrados no chão, enquanto que os meus ficam na alegre posse de quem os ocupou.
Ou então sobre a alegria de fazer crescer sementes vindas de um mosteiro longíquo nos confins duma serra,mas nah, muito new age.
Ou sobre o facto de TODOS os funcionários do Museu Nacional dos Coches virem de um centro de reinserção social, e de como é uma vergonha o museu mais visitado do país ter funcionários que se portam pior que os meus colegas da 3ª classe na Xira Infantil.
Ou sobre o facto desses mesmos funcionários não cobrarem entradas arbitrariamente.
Ou sobre o facto de que tudo recomeçou, quiçá pela última vez, e que para o ano me aguarda o fascinante mundo de passar códigos de barras por um leitor de infra-vermelhos. Para o ano é que é, responsabilidadesinhas a sério, depressões a sério, venha o Prozac, que isto de ficar deprimida por me erguer as 6.50, apanhar um comboio cheio de gente otária, gramar um metro enlatado, desesperar por um mísero café e mergulhar no antro de simpatia e boa disposição que é a minha subturma, não dá com ninguém. Mas sejamos sinceros, lá calor humano não lhe falta.
Sabem, eu até sou uma mocinha com certos e determinados interesses que julgo serem interessantes para o público em geral, passo a redundância. Até gosto de ler livros decentes, ouvir música variada e desconhecida, até estou a par do panorama cinematográfico e tal. Só que não tem havido disposição. Rien de rien.
A bem da verdade,nunca a houve, desde o início disto.