A Nikita não gostou de ver um grupo de pessoas pintadas a sair da água. Pior, não gostou da música, demasiado épica para o seu gosto canino-refinado. Para mim, ela não percebeu o conceito por detrás daquilo. Engraçado, eu também não.
Saindo das águas...
>Viagem no tempo...
A vida abundante que proliferou nos mares durante todo o Paleozóico inferior contrastava fortemente com o que se passava nos continentes onde rochas nuas, batidas pela chuva e pelo vento, se estendiam a perder de vista. Nem as plantas nem os animais tinham sido até então capazes de se aventurarem fora da protecção proporcionada pelas águas dos oceanos.
A forma como os diferentes grupos de seres vivos foram conseguindo solucionar os PROBLEMAS resultantes de uma vida à superfície dos CONTINENTES, levou a que a sua colonização não surgisse toda ao mesmo tempo. Se há cerca de 470 milhões de anos (período Ordovícico) era já possível encontrar algumas PLANTAS terrestres, os ARTRÓPODES que, provavelmente terão sido os primeiros animais a viverem fora de água apenas o conseguem fazer cerca de 50 milhões de anos depois (período Silúrico).
Finalmente, há cerca de 370 milhões de anos (período Devónico), foi a vez dos ANFÍBIOS conseguirem adaptar-se a viver, pelo menos parcialmente, fora de água. Um novo mundo se abria então à exploração de novas formas de vida. A variedade de continentes tornou-se ela própria um factor impulsionador da diversificação dos seres vivos. No final do Paleozóico (há cerca de 251 milhões de anos) a exuberância das formas de vida continentais tinham atingido níveis em tudo idênticos ao das formas marinhas.
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>...Conceito CientÍfico...
No seu tratado "Dos Corpos Flutuantes", Arquimedes enuncia um dos seus princípios mais importantes:
"Todo o corpo mergulhado total ou parcialmente num fluido (isto é, num líquido ou num gás) está sujeito a uma força de direcção vertical, dirigida de baixo para cima, cuja grandeza é igual ao peso do volume de fluido deslocado."
esta força denomina-se IMPULSÃO.
Deste modo, a acção da GRAVIDADE sobre os seres vivos que vivem imersos em água é total ou parcialmente compensada pela impulsão. No caso da sua densidade ser igual à da água, ambas as forças se equilibram o que significa que é como se estes seres não estivessem sujeitos à acção da gravidade.
A saída para os continentes, onde ficam imersos no ar (um fluido com uma densidade cerca de mil vezes inferior à da água) implica que a força de impulsão é muito menor e, por conseguinte, a força de gravidade torna-se predominante. Esta é a razão pela qual alguns animais que se deslocam facilmente dentro de água, são totalmente incapazes de se deslocarem em Terra (por exemplo as baleias) ou apenas o fazem com enorme dificuldade (como acontece com as grandes tartarugas). Deste modo, a colonização dos continentes pelos seres marinhos implicou profundas transformações estruturais (por exemplo a nível dos esqueletos ou dos sistemas musculares) que permitissem sobreviver em condições adversas.
Mas a saída das águas implicou também outras transformações morfológicas importantes de modo a resolver, por exemplo, a necessidade de:
- manter a TEMPERATURA do corpo aproximadamente constante num ambiente onde as amplitudes térmicas (diurnas ou anuais) são muito maiores do que as que existem dentro de água;
- protecção contra os RAIOS ULTRAVIOLETAS na ausência da camada protectora de água que actua como um filtro;
- RESPIRAR fora de água;
- evitar a DESIDRATAÇÃO.
>...Conceito ArtÍstico.
M'Spirit
O espectáculo da companhia Zigrolling pode parecer essencialmente visual: formas e luzes desenham um percurso hipnotizante…
Fazendo participar um público não visível é uma nova definição de "espectáculo" que nós procuramos, a qual explore não só uma estética táctil e mais profunda do Zig, mas também um novo público: um público plenamente implicado e criativo… Partilhar a experiência artística que oferece o Zig e a sua fonte infinita de imaginação e movimento, constitui uma procura de enriquecimento mútuo.
Tal como os primeiros seres marinhos que ensaiaram a conquista dos continentes tiveram que procurar formas de ESQUELETOS mais rígidas, também aqui os artistas procuram equilíbrios improváveis e ousados em torno do ZIG.