É o desespero que me leva a dizer isto.
Em 5 anos, quase 6, de faculdade, naquele antro, tudo me teria de acontecer. Tudo.
A incompetência é uma coisa. A arrogância outra. Tudo bem, é mau, mas aprendemos a lidar mais ou menos. Mas agora, como lidar com...esquizofrenia? Demência? Falta-me o termo certo...
Digamos que um mês depois de as aulas começarem, ainda não possuia assistente de Direito da Economia II. Digamos que ela até estava designada, e que suspirámos de alívio quando ouvimos o seu nome anunciado pelo regente, só porque não era Marta. Eis que terça ela chega em força. E que força.
Maria João Palma, Mestre-não-me-chamen-professora-que-AINDA-não-sou-mas-esse-dia-há-de-chegar, perita em descobrir depressões nos alunos, aterrou na minha sala. Aterrou sim. Porque ela vem de" um planeta em que somos amigos dos alunos. A minha nave é roxa às bolinhas amarelas está estacionada ali atrás, e é também de todas as cores. A senhora não gosta de gente deprimida, que abunda neste curso. Direito é bom para as neuroses. Ah, estou a ficar com dores de cabeça", diz, enquanto fala pausada e lentamente, como se estivesse sob o efeito de um antidepressivo forte, daqueles que diz que não gosta nada, e isto quando nós lhe falamos de coisas sérias, como matéria, programa, avaliação. "Vocês não são nada divertidos." Pois não, estamos no último ano e queremos acabar isto depressinha, dava jeito. "Tiraram-me a minha existência positiva", porque não fomos na conversa dela. Porque falámos no modus operandi do regente. "Eu não vou tapar buracos dos outros. Eu, euzinha, moi même, vou pegar no programa e escolher a matéria a dar. Só dou matéria de que goste. O setor segurador é uma seca duma matéria. PAHHHHHHHHH, que cansaço. Eu dou muito boas notas. Vou super subir as notas! SUPER SUPER SUPER! "
Ah, e a sra que é super amiga dos alunos exige que indiquemos a média nas fichas de aluno, e as três melhores notas que tivémos no antro. Para puxar por nós, que a média é muito importante. Oh yes, em 2 meses a minha média vai subir valores à parva. Cá para mim a senhora vai-me ostracizar. Já agora, convém referir que a senhora disse que desenha barbas e piercings aos alunos de que não gosta (e quando as fotos não estão actualizadas).
Eu não tenho paciências nem força para isto. Estou na aula a necessitar de cigarros. Ou de uma bola anti-stress. Nunca fiquei assim. Não sei como vou sobreviver.
Nunca pensei dizer isto, mas acho que preferia a Marta. :/
O que está em itálico foi retirado ipsis verbis do meu caderno, anotado no momento, fonte fidigna.