Está difícil,isto. Avizinham-se tempos conturbados. Quando digo "tempos" falo em anos, com meses e dias. Porque as horas não são para aqui chamadas (muito menos os minutos e os segundos). Se me irrita? Sim, quase todos os dias. Não fosses tu essência do meu ser (passo a piroseira),eu não estaria minimamente preocupada.Mas constato que tudo o que consegui, e comigo nós, está-se a esfumar mais depressa que um cigarro (daqueles que vão ser restringidos em público). Eu não posso fazer nada. Não devo. Apenas me insurjo, e nem isso deveria. Os outros serão sempre melhores, apesar de agirem pior. De meterem nojo, dó. Mas nós,apesar de termos razão e de conhecermos o novo mundo, teremos que nos vergar sob o peso de suas vontades.Sabes que anseio por aquele dia longíquo. Sabes ( ou não) que tenho medo de perder os meus princípios, os meus dogmas, o meu ser. No fundo bastávamo-nos só nós, eu e tu e o mundo que construímos. Não contámos com a verdade de Sartre: O Inferno são os Outros.E eles estão em ambas as facções. E eu não consigo viver no presente.
Mas devo. Tenho que.