Estar aproximadamente 3 horas (vá, 2 h e meia, mas já a caminhar para as 3), a fazer uma espera. Para nada. Isto porque os srs seguranças da prosaica instituição são atrasados mentais (comunicam por gestos).
Género:
Eu: Bom dia, pode indicar-me onde fica a secretaria?
Sra Seg.: aponta com sua patita para retaguarda, esquerda
Eu: Boa tarde, pode explicar-me o que se passa com o departamento x, que não está lá ninguém e parece que está em estado de sítio?
Sr Seg.: Ah, pois não sei. Não sei não. Uns tão em mudanças, mas esse não. Pelo que a menina me conta, deveria estar, mas esse não está. Espere à porta.
Bem, 2 horas depois chego à brilhante conclusão que: pimba!, até estava.
Regresso à segurança fêmea para indagar onde fica o corredor w (era esse mesmo o nome do corredor e ninguém sabia onde ficava).
Sra Seg.: aponta com sua patita para a sua direita
Eis-me lá chegada, e constato que o departamento x, n'a pas. Pergunto a uma excelsa sra desocupada numa secretária:
Olhe, desculpe, podia dizer-me..
Sra: Ah, isso dúvidas é com a minha colega do lado.
E continua a olhar para o ar.
Colega do lado livre, pergunto onde raio raio fica o departamento x.
Sra (a mesma cabra, enfiando-se claramente): Ah, mas que giro! Afinal sempre era comigo!
Muito giro, indeed. Seria mais giro se a cabra soubesse explicar como se preenche o formulário ("mas... não o traz preenchido!!!"). Meu Deus, como ousei? Estava uma temerária, eu.
Tanto que depois, muuuuito depois, entro na ws do Chiado (não sem antes me escandalizar mentalmente com a fila no passeio na filial da Santini, que pegava com a loja da Nespresso - ursos), e deparo-me com... tan tan tan tan!!! Vibradores e lubrificantes. Sim, a ws fartou-se de se manter fora da acção, so to speak, e resolveu abrir caminho para se tornar uma sex shop. Bem ali entre pijaminhas (horrendos) da Miffy e underwearzinho do Winnie the Pooh (pareceu-me), uma prateleira com Durex. Quando vender massinhas com formas fálicas, terei a confirmação.
Meanwhile, assisti a uma cena de porrada light (foi com um livro) entre desconhecidos, na fnac. Motivo assaz compreensível: o sr A ousou atender o telemóvel na zona de leitura, incomodando o sr B e outros, sendo que o sr B gritava "ISTO É UM LOCAL DE SILÊNCIO!!!!", e lhe batia com o livro no braço, e dizia vá para mais longe, safado!
E foi assim o meu único dia de férias de férias. Para amanhã aguardo com expectativa a minha nova secretária na cozinha, local assaz ventilado e com iluminação a fazer lembrar o sótão onde o Rembrand pintava os seus quadrinhos, e onde a central não faz nenhum barulhinho nem nada. O que me consolará, caso seja esse o caso, e passando a redundância, é estar longe do telefone e não conseguir ouvir a campainha. É que berrei tanto com dores, em consequência do meu acidente estúpido, que acho que emoqueci (provavelmente essa palavra não existe, mas siga).
Nouvelle Vague tava na lista deste ano. Done. Foi uma agradável surpresa (cá para mim e para demais, mais da quantidade de produto que a sra de azul snifou), porque até tivemos sorte com os membros da banda que nos calharam.
E eu bem queria afirmar que ficava por aqui, mas infelizmente, é um vício que não passa assim por dá cá aquela palha. Um vício que encarece, mas que que é bom.
Leonard Cohen, we'll have a conversation. Later.
Quatro viagens de avião depois, umas tantas de comboio, barco, (e até, pasme-se) bicicleta (em Amesterdão faz como os Amesterdenos), após andar às voltinhas no parque natural de Gaia à procura duma capela, e safar-nos (graças, mais uma vez, aos holandeses) com o Tom-Tom (não sem antes haver o momento gato fedorento do dia), após andarmos perdidos a horas impróprias algures para cá do Tejo (e aí falhando o gps), após festivais e concertos a dar com um pau, festas, museus (mas de 20), após dormir a siesta sob o sol escaldante de Madrid, ou comer panquecas a olhar para o palácio de Haia, subir à torre dos Clérigos e comer bolos estranhos a olhar para o convento do Memorial, apraz-me dizer que foram umas hell of vacation, e para a próxima só falta a Guidinha aprender a tirar fotos como deve ser, ler mais do que um livro dos quatro que se levou a banhos, não ter medo de conduzir um carro novo mais cedo, e tentar evitar acidentes estúpidos (e idas ao hospital, que verão não é verão sem visitas ao hdese); ah, e a doggie friend dar um verão de férias à dona, que passar as férias a dar antibióticos e que tais não é fixe; para se pensar sim senhor, siga.
Agora são as férias das férias, porque estas foram ligeiramente hardcore.
Mais uma queixa - que altura escolhe ela para adoecer todos os anos? Agosto, porque sabe que eu estou cá para lhe dar os comprimidos.