Há o existir e o tudo inerente a ele. E há os outros, a bola redonda que nos nossos sonhos é verde e azul e cheira a bafio bolorento (gosto de pleonasmos), mas que até tem laivos de castanho e de branco. Há muita verdade no que se diz por aí, mas ao que devemos lealdade é à nossa. Porque quem passa mais tempo connosco somos nós mesmos, e os outros que estão á janela nada sabem. Por outra, sabem atirar pedras. A minha janela partiu-se. Gostava de ter fundos para colocar uma daquelas xpto, de vidros duplos, à prova de ruído, bala, tudo, mas não há energias. Uma coisa de cada vez, mas o dia só tem 86.400 segundos. Que não são meus, porque aparentemente, eu não sou nada mas sou tudo. Talvez um dia faça as pazes com a mim que por aí habita, mas por enquanto acho pouco ou nada provável e gasto esses tais segundos a pensar em formas eficazes de se deixar de respirar. Um ser muito perturbado.